domingo, 22 de fevereiro de 2015

KANDINSKY: TUDO COMEÇA NUM PONTO




A exposição conta com a trajetória do artista russo Wassily Kandinsky, criador do abstracionismo. Além de conhecer a obra e a vida do pintor, o espectador poderá vivenciar os conceitos desenvolvidos pelo artista em uma sala de imersão sensorial interativa. São aproximadamente 72 obras, de curadoria de Evgenia Petrova e Joseph Kiblitsky. A exposição já recebeu mais de 60 mil visitantes no Rio, desde sua abertura, dia 27 de janeiro e segue até 30 de março. Em São Paulo, a exposição chega a partir de 18 de abril e segue aberta até 29 de junho.
Panel for Edwin R. Campbell No. 4
1914


WASSILY KANDINSKY (1866 - 1944)

Formou-se em direito e economia, sua vida muda de destino quando vai à exposição dos Impressionistas franceses, em 1895, apresentada na Rússia. Com 31 anos, viaja para Paris com o objetivo de começar seus estudos artísticos. Seguindo para Munique, com a tutela de Anton Azbé, continua seus estudos de pintura por dois anos, prosseguindo posteriormente, seus estudos com o professor Franz von Stuck, na Academia de Munique, recebendo influências de outros artistas, como Gauguin, Nabis e Seurat.
Segundo Michel Henry, no livro Ver o Invisível: Sobre Kandinsky, "Kandinsky é o inventor da pintura abstrata, que derrubou as concepções tradicionais da representação estética e definiu nessa área uma nova era: a da modernidade" (p. 9). Para compreender a pintura de Kandinsky é preciso compreender essa arte nova, que na época gerou críticas e zombarias. O artista ainda era desconhecido e incompreendido pelo público francês após sua morte, em 1944. 
Além de pioneiro da arte abstrata, Kandinsky foi de grande contribuição para as experiências estéticas. Suas teorias podem ter superado até Dürer e Da Vinci.


The White Dot
1923


A MÚSICA E A PINTURA EM KANDINSKY

Diversos mundos sensoriais podem fundir-se num só, assim como a relação música-pintura. Mas como definir esta questão metafísica a qual Kandinsky nos propõe em suas pinturas? Seguindo sua intuição artística, Kandinsky viu na música o ponto inicial para a sua ideia de abstração. A música se apresentou para ele, como um guia que permitia à pintura sair de sua objetividade.
Schopenhauer dividiu o mundo das artes em dois grupos: o primeiro - literatura, poesia, pintura, escultura, arquitetura - com a função de representar o mundo, segundo o conhecimento metafísico mediato, ou seja, as Ideias, a essência das coisas, em que o universo objetivo torna-se inteligível e visível.
O segundo grupo refere-se à música, uma arte singular, segundo ele, que não possui nenhuma relação com o mundo: a música possui um poder metafísico que não necessita da aparência visível e da mediação da objetivação - " A música poderia existir mesmo se o universo não existisse". Ainda, para Schopenhauer, a música expressa imediatamente a nossa vida, nossos sentimentos, nos arrancando deste mundo.



Composition VII
1913

No entanto, Kandinsky percebeu que a arte tinha uma potência muito maior do que antes lhe parecera e que " a pintura poderia desenvolver os mesmos poderes que os da música" (p. 152).
A essência de expressar a vida, que encontramos na música, também não poderia se encontrada na pintura? Os poderes da música - querer, amar e sofrer, também não seriam os mesmos poderes da pintura?
O desenvolvimento da pintura abstrata de Kandinsky tomou a música como modelo, desprendendo-se de sua aparência externa.
Em vez de figurar o mundo, Kandinsky expressou a Vida.


Panel for Edwin R. Campbell No. 2
1914





Composition VIII
1923



Transverse Line
1923

Fonte:
http://www.macvirtual.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo1/abstracionismo/kandinsky/obras.html
HENRY, Michael. Ver o Invisível: Sobre Kandinsky. São Paulo: É Realizações, 2012 (Coleção Filosofia Atual). 182 p. 

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