domingo, 18 de junho de 2017

Exposição "Um retrato de uma jovem artista"



Queridxs leitorxs,
retorno, após um tempo sem escrever, dizendo o quanto foi significante a minha segunda exposição individual intitulada "Um retrato de uma jovem artista", que acabou por me fazer refletir sobre minha arte e repensar, de certa forma, a minha própria vida também. Antes de colocar alguns registros, disponibilizo aqui, o texto escrito por mim, em razão da exposição. A exposição foi realizada durante os dias 12, 13 e 14 de junho de 2017, na Universidade Luterana do Brasil, e fazia parte da programação cultural do 7º Seminário Brasileiro de Estudos Culturais e Educação e 4º Seminário Internacional de Estudos Culturais e Educação.




Nesta exposição, faço um recorte de alguns trabalhos produzidos entre os anos 2013-2017, os quais fazem parte de um universo maior, da minha produção artística, iniciada em 2005. As obras expostas aqui são pinturas e desenhos realizados com ferramentas e suportes tradicionais (como tela, tinta, giz pastel, pincel, madeira) e pinturas e desenhos realizados exclusivamente com artefatos digitais, como tablet e computador. Nestas obras, trago minhas lembranças da infância, pensamentos e vivências do presente, em linhas caminhantes, traçadas digitalmente ou esboçadas na superfície plana da madeira/tela. Por vezes, retorno às minhas memórias, apenas caminhando por linhas livres e soltas, utilizando a interface digital. Nessas memórias, carrego os ventos de minha cidade natal, Osório, no interior do Rio Grande do Sul, em que rostos de pessoas desconhecidas surgem, como pensamentos em busca da compreensão de minha própria poética artística.
O desenho digital surgiu, primeiramente, como experimentação, ainda em um aplicativo de celular, depois evoluindo para o tablet e, finalmente, fazendo-se permanente no computador, juntamente com uma mesa digitalizadora e caneta, que me permitiram maiores opções de traços, formas e cores. Do desenho digital, produzido principalmente no software SketchBook Express, passei a me aventurar, posteriormente, na pintura digital, com o software ArtRage, o qual intercalo com dois suportes diferentes, o tablet/ipad e computador. Um dos artistas que me inspirou fortemente na elaboração das obras digitais foi o britânico David Hockney. Já Iberê Camargo me inspirou na construção e sobreposição de linhas, realizadas ora com caneta sobre o papel, ora no ambiente digital. Van Gogh e Lucian Freud, por sua vez, me instigaram à composição de retratos, principalmente na produção de impastos e marcas das pinceladas. Embora produzidos em ambiente digital, alguns dos retratos aqui expostos demostram a influência da técnica do impasto, por exemplo, deixada por estes artistas. Recentemente, a pintura do mineiro Carlos Bracher, pelo qual tenho muita admiração, também surgiu como inspiração, principalmente pela valorização das linhas de contorno e definição escultórica das formas, que percebi em seus trabalhos.
Enfim, dos inúmeros estudos e produções, selecionei, entre os temas mais recorrentes no meu trabalho, o retrato. Trago retratos de pessoas sem nome, inexistentes, ou, até mesmo, autorretratos. Minhas pinturas, portanto, contam um pouco da minha história, na tentativa de compreender a mim mesma e aos outros. Outros que deixam seus rastros pelo caminho, com suas fragilidades, pensamentos, sentimentos, próprios do ser humano.

  


A artista





MEMÓRIAS QUE FICARAM...



Uma homenagem à querida colega Simone