segunda-feira, 31 de julho de 2017

PRÉ-MODERNISMO, LITERATURA E PINTURA: EUROPA E BRASIL


As seguintes postagens (Pré-Modernismo, Literatura e Pintura: Europa e Brasil; Vanguardas Europeias e a Semana de 22 no Brasil; Anita Malfatti) são estudos que tiveram origem no planejamento das aulas de Estágio Docência, no curso de Letras da Ulbra Canoas, em especial, na disciplina Literatura Brasileira II: do Realismo ao Modernismo. As discussões levantadas, assim como os textos indicados, estão organizados de forma a auxiliar os alunos em seus estudos relacionados à disciplina. Dessa forma, a professora, os alunos e demais leitores deste blog, estão livres para comentar e contribuir para a construção de ricas reflexões acerca do tema. 


Para iniciar esta nossa discussão, indico a leitura do artigo "Um olhar de descoberta na Paris da Belle Époque", de João Anzanello Carrascoza e Christiane Godinho Santarelli, em que os autores, na visão de um estrangeiro, fazem uma viagem de volta à Paris no início do século XX, onde o leitor passará a ter contato com obras de importantes artistas, como Toulouse-Lautrec e seus intrigantes cartazes de dançarinas, mulheres e aristocratas. Conforme prosseguimos a leitura, através de algumas das manifestações artísticas citadas pelos autores no texto, percebemos emergir o espírito moderno, nascido da efervescência das ruas, noites, festas e cabarés da Belle Époque. O artigo, portanto, rompe com a estrutura de um artigo acadêmico tradicional, construindo, através de uma trama engendrada e personagens, um ensaio, em formato ilustrado, fundindo assim, ficção e realidade.



Paris, Belle Époque.




A BELLE ÉPOQUE

A Belle Époque é o período da literatura europeia que se estendeu de 1886 a 1914, e corresponde, sob o ponto de vista da história literária, à pluralidade de tendências filosóficas, científicas sociais e literárias (TELES, 1983). É neste período também, que ocorrerá a transição pré-vanguardista, que darão origem aos inúmeros movimentos artísticos e literários presentes no período vanguardista e modernista. A evolução das formas, técnicas e ruptura com a tradição são decorrentes das transformações científicas ocorridas na Revolução Industrial, além de um esgotamento de técnicas e teorias estéticas pelas quais passava nas produções artísticos-literárias dos artistas vigentes.
Escritores e artistas procuravam romper com as teorias estéticas a partir da criação de novas teorias culturais, através da fundação de revistas e criação de manifestos que, por conseguinte, serviam-se da experimentação de/com outras linguagens e formas de expressão.
A partir do momento em que estes artistas e escritores começaram a manifestar seu descontentamento com as soluções simbolistas, pode-se falar de uma ruptura estética. Esse momento, entretanto, somente ocorreu, na prática e oficialmente, com a publicação, em 1909 do Manifesto Futurista, em Paris por Marinetti.
Segundo Bonner Mitchell (em Les manifestes litéraires de la belle époque, Os manifestos literários da belle époque, 1966), as principais questões discutidas nos diversos manifestos da época recaíam sobre o 1) Simbolismo; 2) O movimento da renascença clássica; 3) Arte socialista (engagé). Ao examinar tais manifestos, Gilberto Mendonça Teles (1983), concluiu  que as várias tendências surgidas no fim do século poderiam ser agrupadas em duas estéticas principais, a saber, simbolismo (decadentismo/neoclassismo) e naturismo (tendências relacionadas aos manifestos socialistas e unanimistas). Assim, essas duas estéticas contribuíram, portanto, para o aparecimento dos diversos grupos de vanguardas, tais como, o futurismo, o expressionismo, o cubismo, o dadaísmo, o surrealismo, apenas para citar alguns.

Segue abaixo o material utilizado em aula para as discussões: